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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A HISTÓRIA DA AGRICULTURA

E OS IMPACTOS DA AGRICULTURA CONVENCIONAL
Por Roberta Tressmann

Início da agricultura
Dez mil anos atrás...primeiras lavouras semeadas.

Aqui no ocidente aprendemos história a partir das civilizações do Nilo e Tigre - Eufrates, passando pela Antiguidade Greco-Romana, depois pelos seus desdobramentos através da Idade Média, Renascimento, Expansão Marítima Européia ... até chegarmos à atualidade.



Gigante sobre pés de barro

É a figura que simboliza a história do desenvolvimento e declínio das civilizações antigas, onde a degradação dos recursos naturais aparece com maior freqüência.









Como exemplo podemos citar:
A salinização das áreas irrigadas na antiga Mesopotâmia.


Os gregos se lançaram ao mar por terem destruído suas florestas e exaurido seus campos.


Os romanos com suas guerras conquistaram ricas terras agrícolas, onde hoje estão os areais de um deserto sem esperança.


Com escassas possibilidades agrícolas e geograficamente voltados para o mar,os portugueses tiveram de lançar-se ao oceano desconhecido, sepultando muitos jovens embarcados.




No Brasil, século XIX, a cafeicultura tornou-se a pedra angular da riqueza do Segundo Império.


...Mas a história humana não se alimentou apenas de catástrofes...
Civilizações orientais baseadas no arroz irrigado...há pelo menos 40 séculos cultivam os mesmos terrenos e mantém bons rendimentos por hectare.

Durante a Idade Média, a França possuía um padrão de cultivo que consistia numa rotação de trigo, cevada ou centeio e pousio; até 2t de grãos por ha.

No Brasil, os europeus encontraram sistemas relativamente mais sustentáveis, com base na agricultura em pequenos roçados e coleta combinadas.

A história humana mostra exemplos de relações menos predatórias com o ambiente, e hoje, podemos resgatar essas formas de uso da terra e aprimorá-las à luz do conhecimento atual.

Com o pacote composto de monocultura, adubos sintéticos e inseticidas, ocorreu o crescimento de problemas sanitários com doenças e plantas espontâneas.

Novamente a solução veio da indústria química com a criação dos fungicidas, jogando seu 3° laço no agricultor. Os fungicidas possibilitaram o cultivo de determinadas espécies fora daquelas condições normais para as quais haviam evoluído.

O controle de plantas “invasoras” antes se operava com o pousio ou por rotações, com os sistemas monoculturais ficou difícil seu controle.

Neste momento a indústria química jogou seu 4° laço com a criação dos herbicidas, tornando o agricultor totalmente dependente de seus produtos.

▲Os adubos nitrogenados desenvolvidos a partir da indústria do salitre para pólvora;
▲Os inseticidas criados a partir da guerra química;
▲E os herbicidas foram frutos da guerra do Vietnã.

Para combater o inimigo escondido sob a floresta era necessário desfolhá-la, para isso foi desenvolvido o Agente Laranja.
Após o Agente Laranja, cujo princípio ativo era o 2,4D ainda hoje usado como arbusticida em pastagens, surgiram outros herbicidas.

Isso gerou uma revolução na utilização de mão de obra pela agricultura, onde um litro de produto podia substituir o trabalho de dezenas de homens, possibilitando a expansão das áreas cultivadas com monocultura e causando o despovoamento do meio rural.
Na década de 1970 se completou o pacote de insumos químicos: adubos, inseticidas, fungicidas, herbicidas além das variedades modernas...,
Tal foi a expansão do uso dessa tecnologia que ficou conhecida como modo “convencional” de produção, se incorporando nas mentalidades dos agricultores, agrônomos e dos planejadores.

Desde a segunda década do séc XX começaram a surgir movimentos que apontavam em outras direções, identificando falhas na proposta dominada pela química e, dessa perspectiva, propunham-se a desenvolver outras soluções, com base numa convivência em harmonia com a natureza sob a luz do conhecimento científico e espiritual.
Nas conferências da Organização das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, ocorridas em 1972, 1982 e 1992, materializaram-se as evidências de que os impactos causados pela agricultura convencional eram de tal magnitude que a agricultura se tornara a principal fonte difusa de poluição no planeta, afetando desde a camada de ozônio até os pingüins na Antártida, atingindo o próprio homem.

O conhecimento desses problemas fez com que surgisse um mercado para os produtos das agriculturas alternativas à convencional.

O mercado de orgânicos tornou-se o setor de maior crescimento dentro do mercado de alimentos.




Os métodos alternativos ao convencional e seu crescente mercado não são fatos isolados. Estão inseridos numa profunda mudança na atitude da humanidade perante a natureza.

Nas décadas de 1970 e 1980 se sucederam as constatações da poluição generalizada do planeta.


Em 1992, esse conjunto de informações se cristalizou numa série de documentos apresentados e aprovados na 3ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a ECO-92, no Rio de Janeiro.


Essa seqüência de alterações repercute na atitude do homem perante a natureza, e o temor e o domínio vão sendo substituídos por uma atitude de respeito e convivência.


Nesse contexto, a busca de uma agricultura menos dependente de insumos químicos é parte de uma busca maior de desenvolvimento sustentável, conciliando as necessidades econômicas e sociais da população humana com a preservação de sua base natural.


O modo “convencional” de produção alcançou todos os quadrantes geográficos do planeta, o mesmo ocorrendo com a poluição industrial.
Com isso, os problemas ambientais também se generalizaram pelo mundo, resultando num grande número de reações buscando o desenvolvimento de modos de produção mais naturais ou pelo menos de menor impacto.


Tais reações surgiram simultaneamente em vários países, e entre as décadas de 1920 e 1940 organizaram-se os primeiros movimentos como o biológico dinâmico, orgânico e natural.


A Alemanha, berço da química agrícola, foi também o berço da mais antiga das escolas de agroecologia, a Biológico Dinâmica. Cristalizada em 1924 pelo filósofo Rudolf Steiner.


Com uma base científica e espiritual, nos permite uma relação mais clara e consciente com as forças e seres atuantes na natureza.


Com uma abordagem sistêmica , a biodinâmica entende a propriedade como um Organismo Agrícola e destaca a presença dos bovinos como um dos elementos centrais para o equilíbrio do sistema.


A escola biodinâmica foi a primeira a estabelecer um sistema de certificação para os seus produtos, e é acompanhada na educação pela Pedagogia Waldorf e na saúde pela Medicina Antroposófica.


No Brasil, a agricultura biodinâmica teve início com uma colônia alemã, estabelecendo-se pioneiramente em Botucatu-SP, numa fazenda chamada Estância Demétria. Posteriormente, essa unidade foi assumindo novas funções e se desmembrando em outras organizações, que são atualmente ativas na formação pessoal, certificação e divulgação.




KHATOUNIAN, C. A. A reconstrução ecológica da agricultura. Botucatu, Agroecológica, 2001.





Roberta Tressmann
Engenheira Agrônoma
Agricultura Biodinâmica
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Marcos Castilho
Responsável Técnico
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